O texto desta semana envolve assuntos que “parecem” atuais, mas tem sido muito debatido por todos e há muito tempo. E o motivo que me fez abordar estes assuntos em um único texto (família, escola, educação, violência, limites...) foi depois de uma reunião de equipe da Creche Escola Allan Kardec e diretoria, onde fizemos um comparativo dos pais e crianças de alguns anos atrás com os de hoje; o papel das Escolas e o das famílias e principalmente o que está incentivando a tanta violência nas escolas.
A Creche Escola Allan Kardec acredita que Pais e Escola são e devem ser uma parceria de sucesso, complementam-se à medida que cada um cumpre o seu papel.
É fato que ao longo dos anos, aos poucos a família, por força das circunstâncias exercidas pela sociedade tem impelido que pais e mães tenham posições cada vez mais competitivas no mercado de trabalho. A necessidade de ter se sobrepõe o ser, e ainda, as funções exercidas dentro da família que antes eram bem definidas hoje assumem diferentes papéis, pai e mãe, saem todos os dias para o trabalho ou para procurar um, vendo seus filhos, geralmente somente à noite.
Ocorre que dentro de todo esse contexto, a família espera da escola e escola espera da família. Mas a quem cabe a formação? A família está perdida? Invariavelmente isso provoca um sentimento em que acaba por acreditar e a creditar a escola o papel a quem cabe é que tem que educar seus filhos.
A família é o núcleo responsável pela educação, pelo exercício dos valores diariamente em suas ações desde o nascimento da criança. À escola cabe o papel de formadora de habilidades e competências, o que não retira dela o papel da sistematização dos valores para a vida em sociedade.
É preciso que a família colabore de forma mais efetiva com o processo de educar, assim compartilhar responsabilidades e não transferindo esse conflito de papeis que agravam quando a escola tenta intervir. Muitos pais não aceitam apesar de atribuírem a escola a responsabilidade da formação, não recebe, nem acatam com tranqüilidade quando a escola exige e/ou exerce o papel que deveria ser deles.
Nas escolas, as reuniões pedagógicas que antes tinham lugar para elaboração de estratégias metodológicas, hoje dão lugar às discussões sobre como a falta de limites e desrespeito na sala de aula tem sido o principal choque para as professoras. Colaborar com a escola, não achar que o filho é sempre motivo de alvo e, portanto necessita de super proteção, é oportunizar crescimento para ambas as partes.
A criança precisa vivenciar a frustração, o “não” dito sem medo, com firmeza, o cumprimento de tarefas diárias, arrumar a própria bagunça, os brinquedos no lugar, se já tem compreensão do uso dinheiro que seja orientado, regulado e prestado contas, que a criança tenha o tempo de cada coisa, das atividades, tratar com educação ao próximo, isso é o mínimo dentre outras ações que geram limites, favorecem a formação.
Mas, isto só terá significado real se for mediado pelo exemplo dos adultos, mas como faremos isso se estamos fora? Trabalhando! É preciso estar atento aos cuidadores, sejam eles parentes ou bábas; as crianças podem até aprender algo “errado”, mas o exemplo firme dos pais jamais se dilui! É no convívio familiar que os verdadeiros valores se formam e se consolidam. Vamos usar como parâmetro um ditado que diz: palavras ensinam, mas os exemplos arrastam. Então nada de levar vantagem no troco do pão, cobrar respeito do próximo e furar fila, exigir que não falem palavrão e xingar no trânsito a assumir responsabilidades de forma coerente e correta através do melhor que possamos oferecer, além de uma boa escola, passeios e viagens.
Finalizo com o texto “Ter ou Ser, o que é mais importante” criado pela Professora da Creche Escola Allan Kardec, Sônia Sacramento, que foi apresentado durante o encontro com as famílias das crianças de 2 a 5 anos de idade, então aproveitem para refletir.
“Ter ou SER, o que é mais importante?
Eu tenho uma moto de brinquedo. Você não tem.
Eu tenho a coleção da Barbie. Você não tem.
Eu tenho uma piscina de brinquedo. Você não tem.
Meus pais podem comprar o que eu quiser.
Eu sou gentil.
Eu sou inteligente.
Eu respeito a todos.
Eu sou amável com meus pais.
Eu sou amigo.
Eu sou importante.
Eu sou uma pessoa que não precisa Ter para Ser.
Meus pais não podem me dar brinquedos, mas eles brincam comigo.
Que valores você passa para seus filhos?
Melhor presentes ou Presença?”
Votos de paz a sucesso!
Gabriela Romero
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